Arquivo para janeiro \23\-03:00 2011

Diário de Bordo – Minas Gerais 3

Viagem a Minas Gerais
Entrega do Prêmio Rozini de Excelência na Viola Caipira
Minas Gerais, Belo Horizonte, 18 de janeiro de 2011.
Diário de Bordo 3
Entrega do Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira – Minascentro

Devo começar este diário de bordo, falando da festa que foi a organização dos ônibus para que a violeirada embarca-se em direção ao Minascentro. O locutor do embarque foi o amigo Marcos da Viola, que de forma muito engraçada, chamava a todos, como um bando de alunos em uma excursão para o litoral. A turma estava muito animada, foi uma verdadeira festa. Cabe destacar a felicidade que Zé Mulato e Cassiano transmitem a todos, com causos pontuais e divertidos. O deslocamento ocorreu em dois ônibus. O Minascentro fica a de 18 km de onde estávamos e este trajeto levou de 25 min. Acredito que dentro dos dois ônibus estava  a “nata” da viola caipira do Brasil. Rui Torneze foi muito feliz ao dizer que se estes dois ônibus “sumissem” repentinamente, acabava a viola caipira brasileira. Para o lado que olhasse via nossos ídolos da viola, foi muito emocionante. A chegada ao Minascentro foi marcante. Muitas pessoas esperavam seus ídolos. Os mais venerados foram Zé Mulato e Cassiano e Cacique e Pajé. Conhecendo-os agora, percebo o porquê o povo é apaixonado por eles, são legítimos em tudo que fazem simpáticos com todos e muito agradáveis com o público em geral.

Entramos e imediatamente começaram os cerimoniais de entrega das premiações. Foram cercad e 130 premiados, de toda a cadeia produtiva da viola caipira. Confesso que estava nervoso, pois o trabalho desenvolvido que me levou a buscar este prêmio me parecia tão singelo e simples. Com o contato diário com os violeiros e radialistas, pude perceber o tamanho do progresso da viola caipira no sul do Brasil, que levou ao reconhecimento do trabalho realizado por aqui. Recebi o prêmio ao lado de Rui Torneze e da grande Claudia Neves, da Orquestra de Arame, de Minas Gerais. Outra pessoa que conheci e me simpatizei de imediato, foi Zé Leite, grande comunicador da Rádio Tupi, de São Paulo, que me fez prometer enviar CDs, material e músicos gaúchos para sua rádio na capital paulista. Cabe também falar de Valdir Verona, meu colega gaucho premiado pela pesquisa de novos ritmos na viola caipira e que desenvolve um excelente trabalho em Caxias do Sul. Éramos dois gaúchos, na capital da viola caipira, “invadindo” a premiação e levando dois troféus para nosso Rio Grande. Em meio a premiação fomos agraciados, com a presença de Sergio Reis, que cantou a música Menino da Porteira. Gravamos o vídeo de forma amadora, minha esposa Cleuza emocionada fez a gravação.

A seguir algumas fotos da premiação:

Na foto acima Luciano, Sophia e Bruna da Viola.  Aliás, Bruna, muito atenciosa com todos é filha de pai gaúcho.  Mandou um CD especial para o violeiro Muriel, nosso famoso “pintinho”.

Na foto acima em frente ao Minascentro, chegando para entrega da premiação: Cassiano, Valdir Verona, Luciano e Zé Mulato. Claro a pequena Sophia que não perdeu nenhuma pose.

Na foto, no palco do Minascentro recebendo sua premiação: Luciano dos Santos, Rui Torneze de Araújo e Claudia Neves.

O que dizer deste dia. Se chamar de sonho, de dia encantado, de grande momento é pouco diante de tamanha emoção. Estar em Minas Gerais, representando nosso amado estado, a cidade de Sapiranga e a viola caipira gaúcha foi “demais tchê”. Ao retornar para o SESC Venda Nova, o cansaço era imenso, porém, custamos a dormir, emocionados pelo dia incrível que passamos. A sensação não era de dever cumprido, mas de dever adquirido, pois agora, tenho a exata noção do que devo fazer, para continuar mantendo a viola caipira ativas em nosso estado, crescendo e evoluindo cada dia mais e mais. Foi o princípio de novos objetivos, de novas etapas a cumprir, de novas lutas.

No próximo diário, um incrível passeio pelo Mercado Central, incrível ambiente de sabores, temperos, doces, odores maravilhosos, artesanato e produtos típicos mineiros.

“Té”.

Luciano dos Santos

Diário de Bordo – Minas Gerais 2

Viagem a Minas Gerais
Entrega do Prêmio Rozini de Excelência na Viola Caipira
Minas Gerais, Belo Horizonte, 18 de janeiro de 2011.
Diário de Bordo 2

Dormimos tarde e acordamos cedinho… Eram 8h30 da manhã e estávamos prontos para nosso primeiro café da manhã em Minas Gerais… O SESC Venda Nova, pela manhã, nos surpreendeu pelo tamanho. São 480 cabanas, muito bem construídas, com o máximo de conforto. O terreno que o SESC ocupa é enorme, segundo um funcionário do SESC, é de cerca de 1000 metros quadrados. Percorremos a rua interna do complexo, encantados com a exuberância da natureza. Durante o trajeto, podemos conferir muitas, mas muitas obras de arte que enfeitavam jardins maravilhosos. Enfim, enchemos os olhos com tanta beleza. Ao chegarmos à recepção, para nossa surpresa, nos deparamos com nossos amigos Rui e Lucas Torneze. Com eles fomos caminhando em direção ao restaurante para o café da manhã. Aliás, o restaurante localiza-se a beira do complexo das piscinas. Sophia estava inquieta, nem queria tomar café para ir as piscinas, mas o dia era de violeiros e de violas. No restaurante do complexo, tive a enorme alegria de ter os primeiros contatos com grandes violeiros e ídolos, como Cacique e Pajé, Zé Mulato e Cassiano, Índio Cachoeira, Bruna da Viola e tantos outros. Estava perplexo, para o lado que eu olhava via meus ídolos, de viola, da música. “Rui Torneze com sua habitual simplicidade nos apresentava a todos com uma frase característica:  -” Olha vem conhecer a gauchada”. Fiquei muito feliz, pedi para fotografar os momentos marcantes com meus ídolos e agora amigos. Fiz muitos contatos com radialistas, músicos, produtores e principalmente com a turma de Minas. – “O povo acolhedor, simpático e prestativo.”

Após o café fomos aos aposentos, descansar e desfazer as malas. Ainda teríamos o almoço com todos os agraciados pelo Prêmio Rozini de Excelência na Viola Caipira, um café da tarde reforçado e a noite o cerimonial.

No almoço, conversei com o André, diretor da Rozini, sempre alegre, este rapaz é talvez um dos grandes responsáveis pelas maravilhosas violas Rozini. Perguntou pelos gaúchos que visitaram a fábrica da Rozini em julho de 2010, comigo e mandou um grande abraço. Após o almoço mais descanso, curtimos as dependências do SESC Venda Nova, passeamos e no meio da tarde, nos preparamos para o café da tarde e o deslocamento até o Minascentro. Preciso falar que em todas as refeições não faltaram os famosos pães de queijo de Minas, UMA DELÍCIA. Esbaldei-me. Aliás, a culinária mineira, mostrou-se muito saborosa. Cleuza e Sophia se encantaram com os sucos, os sabores e os temperos das refeições.

O café da tarde foi atípico. Todos os agraciados deveriam ir ao restaurante com a roupa que se apresentam. Daí dividimos espaço com as duplas de violeiros, os grupos e artistas, com suas vestes características. Como não citar Zé Mulato e Cassiano, que além de serem um exemplo de bons artistas, são encantadores com sua humildade, com sua simplicidade e alegria. Cacique e Pajé estavam caracterizados, conversamos e falaram muito bem dos gaúchos. Aliás, esta foi uma grande constatação: a turma é simples, humilde, de bom coração, deixando este gaúcho que escreve encantado com tanta emoção. Estamos com problemas de conexão com a internet, , aqui, devido as chuvas, escrevo este diário até aqui e no próximo dedico a entrega dos prêmios. Até breve.

Luciano dos Santos

 

Na foto acima, Luciano e Sophia com os amigos Cacique e Pajé.

Diário de Bordo – Minas Gerais

Viagem a Minas Gerais
Entrega do Prêmio Rozini de Excelência na Viola Caipira
Sapiranga / Porto Alegre / Minas Gerais, 17 de janeiro de 2011.

Estávamos com tudo pronto, malas no carro, família reunida, carro em direção a Porto Alegre, mais precisamente Aeroporto Salgado Filho, terminal antigo, de onde o vôo da Webjet partiria em direção a Minas Gerais. Cabe ressaltar que o terminal antigo do aeroporto Salgado Filho, ainda não tem ar condicionado, literalmente “torramos” esperando pelo horário de nosso vôo. Porém, precisamente às 21h 45 deixávamos o solo gaúcho em direção a Minas Gerais. Ao meu lado minha esposa Cleuza e nossa pequena princesa Sophia, que fez questão de sentar no banco do meio, segurando a mão da mamãe e do papai. Ah, antes da decolagem, fez uma oração, achei lindo o gesto dela. A decolagem é sempre maravilhosa, Sophia ria muito, achando tudo fantástico, falava até pelos cotovelos. Uma hora depois, quando não agüentávamos mais a “tagarelice” da pequena, resolvemos ligar o computador e ela foi assistindo a um desenho, em inglês, mas pelo menos se calou …  rsrsrsrs…

A viagem foi tranqüila. Poder contemplar as cidades iluminadas, do alto, é muito lindo.  Já em espaço aéreo mineiro, me chamou a atenção o número de pequenas cidades, reconhecidas pela iluminação, em meio à imensidão escura da noite. No ar, muitas nuvens e uma lua que nos brindava com ótimas imagens. Como nosso Brasil é belo.

Chegamos ao Aeroporto de Confins, por volta de 23h 45. A Sophia detestou a aterrissagem, que de todas (esta certo que não foram muitas) que estive presente foi a pior. Nossa mala demorou muito a chegar ao terminal de carga e já passava de 00h 35 quando deixamos o aeroporto em direção a capital mineira. O aeroporto de Confins fica na cidade de Lagoa Santa, cerca de 30 km distantes da capital mineira. O acesso até Minas Gerais se faz pela Via Verde, uma estrada nova, bem sinalizada, onde a média de velocidade permitida é de 110 km por hora. Antes de chegarmos a Belo Horizonte, passamos pela Cidade Administrativa, onde Palácio do Governo, Secretarias e outros órgãos estaduais estão localizados. A cidade é uma obra de Oscar Niemayer e é imponente. Segundo nosso motorista do taxi, estrada, aeroporto e a cidade administrativa são obras do governador Aécio, que o povo idolatra.

Chegamos ao SESC Venda Nova, já se passava da 1h15 da manhã e fomos brindados pela primeira surpresa. O SESC possui, acredito mais de 500 chalés, dispostos em quadras, aonde se chega através de corredores verdes. O “chalezinho” que ficamos é muito aconchegante, paredes de pedra, uma cama macia e um beliche que fez literalmente a viagem valer a pena para nossa pequena Sophia. Subiu e desceu pela escada de ferro do beliche pelo menos 20 vezes, com sorriso largo e brilho nos olhos. O quarto ainda possui banheiro, área e pequeno pátio. O chalé fica cercado de um muro alto, protegido e realmente chama a atenção pelo bom gosto da decoração, que é simples, mas muito funcional, adoramos. Logo fomos dominados pelo sono, pois já passava das 2h45 da manhã e dormimos. No próximo diário de bordo, nosso primeiro café da manhã, com a “violeirada”, o encontro com o amigo Rui e Lucas Torneze e com um dois de meus grandes ídolos Zé Mulato e Cassiano. Até o próximo diário, um grande abraço violeiro a todos…

Luciano dos Santos

 

Na foto acima Cleuza e Sophia se preparam para embarcar, ainda em Porto Alegre.

Na foto acima  Sophia, já em Minas Gerais, brincando de “escalada”, às 2h da manhã… haja energia….

 

Logo do Instituto…

Foi confeccionado e já esta sendo utilizado e divulgado o novo logo do Instituto Culrutal Araçá Piranga de Estudos de Música e Arte.

O nome Araçá Piranga, vem de uma fruta típica que e abundante na região, que serviu de inspiração para que nossa cidade de Sapiranga, fosse chamada primeiramente, pelos índios, de Araçá Piranga.  Como este nome foi o precursor de nossa pungente cidade, servirá de ponto de partida para este projeto que promete revolucionar a maneira que a música e a arte serão estudadas, produzidas e administradas.