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Diário de Bordo – Minas Gerais 3

Viagem a Minas Gerais
Entrega do Prêmio Rozini de Excelência na Viola Caipira
Minas Gerais, Belo Horizonte, 18 de janeiro de 2011.
Diário de Bordo 3
Entrega do Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira – Minascentro

Devo começar este diário de bordo, falando da festa que foi a organização dos ônibus para que a violeirada embarca-se em direção ao Minascentro. O locutor do embarque foi o amigo Marcos da Viola, que de forma muito engraçada, chamava a todos, como um bando de alunos em uma excursão para o litoral. A turma estava muito animada, foi uma verdadeira festa. Cabe destacar a felicidade que Zé Mulato e Cassiano transmitem a todos, com causos pontuais e divertidos. O deslocamento ocorreu em dois ônibus. O Minascentro fica a de 18 km de onde estávamos e este trajeto levou de 25 min. Acredito que dentro dos dois ônibus estava  a “nata” da viola caipira do Brasil. Rui Torneze foi muito feliz ao dizer que se estes dois ônibus “sumissem” repentinamente, acabava a viola caipira brasileira. Para o lado que olhasse via nossos ídolos da viola, foi muito emocionante. A chegada ao Minascentro foi marcante. Muitas pessoas esperavam seus ídolos. Os mais venerados foram Zé Mulato e Cassiano e Cacique e Pajé. Conhecendo-os agora, percebo o porquê o povo é apaixonado por eles, são legítimos em tudo que fazem simpáticos com todos e muito agradáveis com o público em geral.

Entramos e imediatamente começaram os cerimoniais de entrega das premiações. Foram cercad e 130 premiados, de toda a cadeia produtiva da viola caipira. Confesso que estava nervoso, pois o trabalho desenvolvido que me levou a buscar este prêmio me parecia tão singelo e simples. Com o contato diário com os violeiros e radialistas, pude perceber o tamanho do progresso da viola caipira no sul do Brasil, que levou ao reconhecimento do trabalho realizado por aqui. Recebi o prêmio ao lado de Rui Torneze e da grande Claudia Neves, da Orquestra de Arame, de Minas Gerais. Outra pessoa que conheci e me simpatizei de imediato, foi Zé Leite, grande comunicador da Rádio Tupi, de São Paulo, que me fez prometer enviar CDs, material e músicos gaúchos para sua rádio na capital paulista. Cabe também falar de Valdir Verona, meu colega gaucho premiado pela pesquisa de novos ritmos na viola caipira e que desenvolve um excelente trabalho em Caxias do Sul. Éramos dois gaúchos, na capital da viola caipira, “invadindo” a premiação e levando dois troféus para nosso Rio Grande. Em meio a premiação fomos agraciados, com a presença de Sergio Reis, que cantou a música Menino da Porteira. Gravamos o vídeo de forma amadora, minha esposa Cleuza emocionada fez a gravação.

A seguir algumas fotos da premiação:

Na foto acima Luciano, Sophia e Bruna da Viola.  Aliás, Bruna, muito atenciosa com todos é filha de pai gaúcho.  Mandou um CD especial para o violeiro Muriel, nosso famoso “pintinho”.

Na foto acima em frente ao Minascentro, chegando para entrega da premiação: Cassiano, Valdir Verona, Luciano e Zé Mulato. Claro a pequena Sophia que não perdeu nenhuma pose.

Na foto, no palco do Minascentro recebendo sua premiação: Luciano dos Santos, Rui Torneze de Araújo e Claudia Neves.

O que dizer deste dia. Se chamar de sonho, de dia encantado, de grande momento é pouco diante de tamanha emoção. Estar em Minas Gerais, representando nosso amado estado, a cidade de Sapiranga e a viola caipira gaúcha foi “demais tchê”. Ao retornar para o SESC Venda Nova, o cansaço era imenso, porém, custamos a dormir, emocionados pelo dia incrível que passamos. A sensação não era de dever cumprido, mas de dever adquirido, pois agora, tenho a exata noção do que devo fazer, para continuar mantendo a viola caipira ativas em nosso estado, crescendo e evoluindo cada dia mais e mais. Foi o princípio de novos objetivos, de novas etapas a cumprir, de novas lutas.

No próximo diário, um incrível passeio pelo Mercado Central, incrível ambiente de sabores, temperos, doces, odores maravilhosos, artesanato e produtos típicos mineiros.

“Té”.

Luciano dos Santos

Diário de Bordo – Minas Gerais 2

Viagem a Minas Gerais
Entrega do Prêmio Rozini de Excelência na Viola Caipira
Minas Gerais, Belo Horizonte, 18 de janeiro de 2011.
Diário de Bordo 2

Dormimos tarde e acordamos cedinho… Eram 8h30 da manhã e estávamos prontos para nosso primeiro café da manhã em Minas Gerais… O SESC Venda Nova, pela manhã, nos surpreendeu pelo tamanho. São 480 cabanas, muito bem construídas, com o máximo de conforto. O terreno que o SESC ocupa é enorme, segundo um funcionário do SESC, é de cerca de 1000 metros quadrados. Percorremos a rua interna do complexo, encantados com a exuberância da natureza. Durante o trajeto, podemos conferir muitas, mas muitas obras de arte que enfeitavam jardins maravilhosos. Enfim, enchemos os olhos com tanta beleza. Ao chegarmos à recepção, para nossa surpresa, nos deparamos com nossos amigos Rui e Lucas Torneze. Com eles fomos caminhando em direção ao restaurante para o café da manhã. Aliás, o restaurante localiza-se a beira do complexo das piscinas. Sophia estava inquieta, nem queria tomar café para ir as piscinas, mas o dia era de violeiros e de violas. No restaurante do complexo, tive a enorme alegria de ter os primeiros contatos com grandes violeiros e ídolos, como Cacique e Pajé, Zé Mulato e Cassiano, Índio Cachoeira, Bruna da Viola e tantos outros. Estava perplexo, para o lado que eu olhava via meus ídolos, de viola, da música. “Rui Torneze com sua habitual simplicidade nos apresentava a todos com uma frase característica:  -” Olha vem conhecer a gauchada”. Fiquei muito feliz, pedi para fotografar os momentos marcantes com meus ídolos e agora amigos. Fiz muitos contatos com radialistas, músicos, produtores e principalmente com a turma de Minas. – “O povo acolhedor, simpático e prestativo.”

Após o café fomos aos aposentos, descansar e desfazer as malas. Ainda teríamos o almoço com todos os agraciados pelo Prêmio Rozini de Excelência na Viola Caipira, um café da tarde reforçado e a noite o cerimonial.

No almoço, conversei com o André, diretor da Rozini, sempre alegre, este rapaz é talvez um dos grandes responsáveis pelas maravilhosas violas Rozini. Perguntou pelos gaúchos que visitaram a fábrica da Rozini em julho de 2010, comigo e mandou um grande abraço. Após o almoço mais descanso, curtimos as dependências do SESC Venda Nova, passeamos e no meio da tarde, nos preparamos para o café da tarde e o deslocamento até o Minascentro. Preciso falar que em todas as refeições não faltaram os famosos pães de queijo de Minas, UMA DELÍCIA. Esbaldei-me. Aliás, a culinária mineira, mostrou-se muito saborosa. Cleuza e Sophia se encantaram com os sucos, os sabores e os temperos das refeições.

O café da tarde foi atípico. Todos os agraciados deveriam ir ao restaurante com a roupa que se apresentam. Daí dividimos espaço com as duplas de violeiros, os grupos e artistas, com suas vestes características. Como não citar Zé Mulato e Cassiano, que além de serem um exemplo de bons artistas, são encantadores com sua humildade, com sua simplicidade e alegria. Cacique e Pajé estavam caracterizados, conversamos e falaram muito bem dos gaúchos. Aliás, esta foi uma grande constatação: a turma é simples, humilde, de bom coração, deixando este gaúcho que escreve encantado com tanta emoção. Estamos com problemas de conexão com a internet, , aqui, devido as chuvas, escrevo este diário até aqui e no próximo dedico a entrega dos prêmios. Até breve.

Luciano dos Santos

 

Na foto acima, Luciano e Sophia com os amigos Cacique e Pajé.

Diário de Bordo – Minas Gerais

Viagem a Minas Gerais
Entrega do Prêmio Rozini de Excelência na Viola Caipira
Sapiranga / Porto Alegre / Minas Gerais, 17 de janeiro de 2011.

Estávamos com tudo pronto, malas no carro, família reunida, carro em direção a Porto Alegre, mais precisamente Aeroporto Salgado Filho, terminal antigo, de onde o vôo da Webjet partiria em direção a Minas Gerais. Cabe ressaltar que o terminal antigo do aeroporto Salgado Filho, ainda não tem ar condicionado, literalmente “torramos” esperando pelo horário de nosso vôo. Porém, precisamente às 21h 45 deixávamos o solo gaúcho em direção a Minas Gerais. Ao meu lado minha esposa Cleuza e nossa pequena princesa Sophia, que fez questão de sentar no banco do meio, segurando a mão da mamãe e do papai. Ah, antes da decolagem, fez uma oração, achei lindo o gesto dela. A decolagem é sempre maravilhosa, Sophia ria muito, achando tudo fantástico, falava até pelos cotovelos. Uma hora depois, quando não agüentávamos mais a “tagarelice” da pequena, resolvemos ligar o computador e ela foi assistindo a um desenho, em inglês, mas pelo menos se calou …  rsrsrsrs…

A viagem foi tranqüila. Poder contemplar as cidades iluminadas, do alto, é muito lindo.  Já em espaço aéreo mineiro, me chamou a atenção o número de pequenas cidades, reconhecidas pela iluminação, em meio à imensidão escura da noite. No ar, muitas nuvens e uma lua que nos brindava com ótimas imagens. Como nosso Brasil é belo.

Chegamos ao Aeroporto de Confins, por volta de 23h 45. A Sophia detestou a aterrissagem, que de todas (esta certo que não foram muitas) que estive presente foi a pior. Nossa mala demorou muito a chegar ao terminal de carga e já passava de 00h 35 quando deixamos o aeroporto em direção a capital mineira. O aeroporto de Confins fica na cidade de Lagoa Santa, cerca de 30 km distantes da capital mineira. O acesso até Minas Gerais se faz pela Via Verde, uma estrada nova, bem sinalizada, onde a média de velocidade permitida é de 110 km por hora. Antes de chegarmos a Belo Horizonte, passamos pela Cidade Administrativa, onde Palácio do Governo, Secretarias e outros órgãos estaduais estão localizados. A cidade é uma obra de Oscar Niemayer e é imponente. Segundo nosso motorista do taxi, estrada, aeroporto e a cidade administrativa são obras do governador Aécio, que o povo idolatra.

Chegamos ao SESC Venda Nova, já se passava da 1h15 da manhã e fomos brindados pela primeira surpresa. O SESC possui, acredito mais de 500 chalés, dispostos em quadras, aonde se chega através de corredores verdes. O “chalezinho” que ficamos é muito aconchegante, paredes de pedra, uma cama macia e um beliche que fez literalmente a viagem valer a pena para nossa pequena Sophia. Subiu e desceu pela escada de ferro do beliche pelo menos 20 vezes, com sorriso largo e brilho nos olhos. O quarto ainda possui banheiro, área e pequeno pátio. O chalé fica cercado de um muro alto, protegido e realmente chama a atenção pelo bom gosto da decoração, que é simples, mas muito funcional, adoramos. Logo fomos dominados pelo sono, pois já passava das 2h45 da manhã e dormimos. No próximo diário de bordo, nosso primeiro café da manhã, com a “violeirada”, o encontro com o amigo Rui e Lucas Torneze e com um dois de meus grandes ídolos Zé Mulato e Cassiano. Até o próximo diário, um grande abraço violeiro a todos…

Luciano dos Santos

 

Na foto acima Cleuza e Sophia se preparam para embarcar, ainda em Porto Alegre.

Na foto acima  Sophia, já em Minas Gerais, brincando de “escalada”, às 2h da manhã… haja energia….